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RESUMO DO TEXTO “Recursos lingüísticos en línea: contextos, prácticas y retos” (CASSANY, 2016)

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Mensagem por michellesoares1 Qua Mar 22, 2017 4:42 pm

RESUMO DO TEXTO “Recursos lingüísticos en línea: contextos, prácticas y retos” (CASSANY, 2016)

Inicialmente, Cassany (2016) explica que a pesquisa realizada por ele foi etnográfica, ecológica, qualitativa e êmica. O pesquisador fez trinta entrevistas semiestruturadas com 59 alunos pré-universitários espanhóis plurilíngues com faixa etária entre onze e dezessete anos, sendo trinta do sexo masculino e vinte e nove do sexo feminino. Todos os estudantes pesquisados participavam do programa 1x1 (um computador por aluno).
Cassany (2016) faz um breve apanhado teórico sobre os recursos linguísticos digitais como sendo um conjunto heterogêneo de fontes de informações oriundas da internet que permitem ao internauta solucionar problemas linguísticos correntes. Em seguida, o autor cita a teoria de Llisterri (2003; 2007) no que tange à diferença entre tecnologia e recursos. Para o último teórico, a tecnologia abrange programas informatizados como o reconhecimento de voz e caracteres óticos, usufruindo de recursos multimodais como leitores e oralizadores de imagens, além de aplicativos de acesso a aparatos diversos. Por outro lado, os recursos, segundo Llisterri (2003; 2007) apud Cassany (2016), se configuram como base de dados que incluem corpus de falas, englobando variações linguísticas, interlíngua, textos, informações linguísticas, dicionários e gramáticas. Dessa forma, dentro dos recursos, a multimodalidade se encontra no banco de dados de imagens com metadados, vídeos, simulações de contextos verbais, portfólios, dentre outros.
O enfoque teórico da pesquisa realizada por Cassany (2016) está na aprendizagem guiada por dados com base em Sinclair (2004), cujo pensamento se refere ao corpus de textos autênticos para resolver dúvidas linguísticas também autênticas em contextos reais. O autor esclarece que o aluno usuário requer formação linguística como conceitos gramaticais, familiarização com os recursos e capacidade técnica sobre informática. Já o texto digital, conforme Cassany (2016), mostra-se como mais dinâmico, aberto e colaborativo que o texto impresso. Assim, ler de maneira online possibilita uma maior consulta de fontes, bancos de dados e recursos digitais. Para Manca e Ranieri (2013) apud Cassany (2016), as redes sociais podem ser melhor aproveitadas nas práticas de letramento, pois podem ampliar contextos de ensino por meio da mistura de dados e recursos de aprendizagem, entretanto há limitações como a distração e a dispersão dos discentes.
A análise dos dados da pesquisa desenvolvida por Cassany (2016) abrangeu o uso dos seguintes recursos: verificador, dicionário, tradutor, conjugador, corpus de textos, analisador sintático, dentre outros. Cassany (2016) analisa os dados obtidos à luz da distinção entre usuário “básico” e o “sofisticado”, sendo que o primeiro adota práticas simples, mecânicas, dependentes, reiterativas e com escassa reflexão linguística; já o usuário sofisticado emprega práticas complexas que envolvem conhecimentos linguísticos e técnicos específicos, além de adotar estratégias intencionais de forma situada e autônoma, o que mostra sua maturidade e capacidade reflexiva crítica.
Os resultados da pesquisa de Cassany (2016) apontam para:
a) Quanto ao tipo de recurso: a maioria dos estudantes usa para ler e escrever o tradutor, o dicionário e o verificador, entretanto nenhum aluno usa uma base de dados terminológicos, o que implica a constatação de um escasso conhecimento sobre os recursos linguísticos.
b) Em relação ao tradutor para ler e escrever em L1 e L2: quase metade usa o tradutor para compreender textos em Inglês e Francês, mas somente dez por cento usam para entender o Catalão e o Espanhol. Os informantes usam o tradutor tanto para ler como para escrever em todas as línguas estrangeiras ou não com vários níveis de competência. Ainda sobre o tradutor, a maioria dos estudantes prefere traduzir palavras a frases ou textos inteiros, em virtude de acreditarem ser mais confiável. Além disso, Cassany (2016) expõe que os professores valorizam negativamente o tradutor e o desaconselham como ferramenta de estudo. Cassany (2016) sinaliza que quase 75% dos alunos usam o Google tradutor, que se configura como um método estatístico e não-linguístico. Entretanto, os dados da pesquisa revelaram que apenas um aluno muda de tradutor conforme o idioma, buscando o recurso mais efetivo segundo sua experiência prévia, o que mostra que, pelo menos, esse aluno específico apresenta uma consciência sociolinguística e conhecimentos técnicos prévios sobre os tradutores. Por esse motivo, pode ser considerado um usuário sofisticado. A pesquisa também evidenciou que a tradução engloba uma atividade de revisão quando o usuário sofisticado corrige o texto de saída do tradutor, perguntando a outras pessoas ou corrigindo manualmente ou sem tecnologia. Dessa forma, o usuário sofisticado emprega os recursos tecnológicos e os conhecimentos linguísticos sobre outros idiomas para fazer essa correção. Assim, Cassany (2016) indica como estratégias de revisão dos usuários sofisticados: a retrotradução (consiste em traduzir primeiro em uma direção e em retraduzir o resultado de novo ao original na direção oposta e com a mesma ferramenta para comprovar se a segunda tradução coincide com a original; recorrer a um terceiro idioma, de conhecimento profundo do aluno/usuário; contrastar tradutores (comparar uma mesma tradução em aplicativos diferentes); usar fotografias (buscar imagens relacionadas ao resultado da tradução).
c) Acerca dos dicionários online: a maioria dos alunos adota dicionários digitais em virtude de terem as respostas de forma mais rápida.
d) Sobre o verificador: o usuário de perfil sofisticado se associa com o conhecimento das funções avançadas do verificador como selecionar o idioma ou acrescentar vocábulos aos dicionários. Para Cassany (2016), os alunos sofisticados são mais conscientes e autônomos, por isso em geral releem o texto, observando as palavras sublinhadas e quando as desconhecem as procuram em outros recursos da rede para a confirmação da informação.
e) A respeito de outros recursos digitais, tanto usuários básicos como sofisticados usam conjugadores e o Google para sanar dúvidas linguísticas diversas.
Diante do exposto, Cassany (2016) enfatiza que os alunos, de um modo geral, usam recursos linguísticos digitais de maneira habitual e com normalidade, mas se concentram mais em tradutores, dicionários e verificadores, preferindo recursos mais populares, plurilingues e plurifuncionais em contextos de uso de leitura e escrita com língua materna e estrangeira. O autor ressalta ainda que os usuários básicos apenas lembram o nome do recurso e o usam de maneira mecânica e acrítica com escassa consciência linguística e sem controle dos dados. Por outro lado, os usuários sofisticados conhecem vários aspectos dos recursos e escolhem estrategicamente formas de revisar os resultados obtidos pela internet, usufruindo de uma gama de conhecimento técnicos e linguísticos.
Cassany (2016) finaliza o artigo expondo que temos, atualmente, estudantes advindos de uma cultura “fandom” (originária das fanfics, dos “mangas”, das músicas de rap, etc), o que facilita o contato online entre os usuários de línguas e culturas distintas. Por isso, os recursos linguísticos digitais requerem instruções formais dentro do currículo escolar, principalmente para os professores, que ainda se mostram conservadores.

michellesoares1

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Mensagem por JTERCIO Sáb Mar 25, 2017 10:06 am

Bom dia, Michelle,

Nessa pesquisa, Cassany indica ainda a desvalorização da escola para com esses recursos tecnológicos, o que, por sua vez, não tem promovido o aproveitamento eficaz dessas ferramentas. Ao invés de auxiliar no processo de aquisição de uma segunda língua por exemplo, a escola rechaça ferramentas de tradução a um papel menor. Dessa forma, o aluno poderia se valer dessas ferramentas digitais para uma aprendizagem mais eficiente já que, muitas vezes, detém conhecimento sobre o recurso digital. O papel do professor, nesse caso, seria de suma importância, tendo em vista que ele indicaria caminhos para que essa atividade fosse melhor desenvolvida, utilizando, assim, as diversas possibilidades que tal recurso pode proporcionar.

Abraço,

Jorge Tércio

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