Algumas considerações sobre o texto "Cinco buenas prácticas de enseñanza con Internet" (CASSANY, 2014)

O autor começa contextualizando a pesquisa, informando-nos que fez 41 entrevistas com 36 professores das disciplinas de Direção, Catalão, Castellano, Inglês, Latim, Música, Ciências Sociais, Matemática, Ciências e Tecnologia. O projeto de digitalização nas aulas já acontece em alguns países como Uruguay, Argentina e Venezuela de forma a "conectar com igualdade", para isso cada aluno tem acesso à internet por meio de um computador pessoal, modelo que Cassany chama de 1x1. Os professores também usufruem de livros digitais, projetor, telão e EVA (Moodle).
Em relação às cinco boas práticas de ensino pela internet, Cassany (2014) esclarece que vão desde tarefas específicas como buscar informações na internet até aspectos mais gerais que complementam o uso do livro texto impresso adotado pela escola. Dessa forma, o professor permite o uso do computador e o acesso à internet com propostas como atividades que envolvem os contextos comunicativos reais da língua, além de propor atividades centradas nos interesses dos alunos, aproveitando as TICs.
Para Cassany (2014), as cinco práticas de ensino com Internet são:
1. Atividades com menor dependência do livro texto impresso, o que favorece que o professor explore a multimodalidade por meio de fotos, vídeos, programas interativos, dentre outros. Isso permite mais versatilidade às aulas, no entanto demanda um planejamento prévio das aulas e materiais alternativos.
2. Exercícios com busca de informações pela internet, como exemplo Cassany citou a aula de Ciências em que a professora pediu que os alunos investigassem sobre a bomba atômica, o que promoveu não somente aquisição de conhecimentos como também a colaboração mútua entre os alunos. Entretanto, o autor alerta para a dificuldade de os alunos quererem apenas copiar e colar as informações, o que deve ser advertido pelo professor a fim de evitar plágios. Nessa atividade, o foco é promover a criação pessoal do aluno, dando-lhe "voz" e "vez" na aula.
3. Trabalhos cooperativos por meio de grupos pequenos ou grandes ou duplas. Essa atividade deve ser feita com acesso à internet e a aplicativos gratuitos como Google Drive, Dropbox, Wikis, Moodle, Facebook e Whatsapp.
4. Projetos de aprendizagem de longa duração, em que a dinâmica da aula é mais centrada na ação, transcendendo à mera escuta e repetição do discurso docente. Dessa forma, a dimensão democrática proporciona uma maior satisfação do aluno. No entanto, há um problema nesse quesito, pois alguns alunos usarão as ferramentas digitais e o modelo 1x1 apenas para se divertir e não para estudar, por isso é necessária uma política de bloqueio a certos sites que não contribuirão com a aprendizagem.
5. Escrita digital como processo completo de produção, transmissão e correção dos escritos dos alunos. Nesse tópico, o autor expõe que podem ser três: a) o aluno redige o seu texto a mão e o professor também corrige a mão a fim de evitar o famoso "copiar e colar"; b) o aluno escreve no computador e imprime o trabalho e passa para o professor corrigir a mão (essa é a forma mais frequente adotada pelos professores pesquisados); c) o aluno escreve em vários formatos e a correção do professor é digital.
Diane do exposto, Cassany conclui que os avanços são paulatinos em virtude de a digitalização do ensino ser um processo lento, bem como o autor reforça a necessidade da formação docente para a implementação de tais práticas de ensino que envolvem TICs.

4. Projetos de aprendizagem de longa duração, em que a dinâmica da aula é mais centrada na ação, transcendendo à mera escuta e repetição do discurso docente. Dessa forma, a dimensão democrática proporciona uma maior satisfação do aluno. No entanto, há um problema nesse quesito, pois alguns alunos usarão as ferramentas digitais e o modelo 1x1 apenas para se divertir e não para estudar, por isso é necessária uma política de bloqueio a certos sites que não contribuirão com a aprendizagem.

Diante dessa situação, além da política de bloqueio a certos sites, acredito que o professor poderia instigar uma participação mais ativa dos alunos durante essas atividades, porque mesmo que o aluno não possa acessar no computador uma rede social, mas sabemos que ele possui o celular que está o tempo inteiro conectado. De que forma então, os professores podem instigar seus alunos durante uma atividade que envolva internet, para que ele possa realmente focar na atividade e não nas diversões que ela permite?

Bom dia, Michele,

michellesoares1 escreveu: o autor alerta para a dificuldade de os alunos quererem apenas copiar e colar as informações, o que deve ser advertido pelo professor a fim de evitar plágios.

Acredito que esse ponto ao ser articulado com a leitura e a escrita crítica, conseguiremos amenizar essa prática, à medida que aluno começar a entender as ideologias presentes nos textos, as fontes pesquisadas, validade de dados, ele passará a discutir o que encontra, concordando ou refutando tais achados. Para isso, as atividades propostas pelos professores devem levar o aluno a pensar sobre o que está pesquisando e não apenas indicar um "trabalho" que proporcionará o aluno a fazer uma cópia. Tomando como exemplo da professora de Ciências, ela poderia a partir dos achados/pesquisas dos alunos pedir que eles apresentassem as implicações da descoberta da bomba atômica, estimulando-os a pensar sobre o que pesquisaram.

Abraço,

Jorge Tércio

Diante dessa situação, além da política de bloqueio a certos sites, acredito que o professor poderia instigar uma participação mais ativa dos alunos durante essas atividades, porque mesmo que o aluno não possa acessar no computador uma rede social, mas sabemos que ele possui o celular que está o tempo inteiro conectado. De que forma então, os professores podem instigar seus alunos durante uma atividade que envolva internet, para que ele possa realmente focar na atividade e não nas diversões que ela permite?[/quote]

Jaciara,

acho isso tão difícil! Na escola particular, só com negociação consigo fazer com que os alunos realizem atividades usando a internet. Combino com eles para realizar a atividade e só após eu que eu verificar o trabalho é que eles podem usar a rede de forma mais "livre". No geral, funciona bem, apesar de ainda haver um ou outro aluno que "esquece" de fazer atividade proposta. Na escola pública, não consegui usar o laboratório de informática porque sempre que eu tentava agendar, havia uma problema: sem internet, alunos participando de olimpíada, não havia horário disponível, enfim, até então não deu certo.