Considerações sobre o texto "Effects of an efficacy-focused approach to academic writing on students’ perceptions of themselves as writers

De acordo com o exposto no artigo para se tornar um participante bem sucedido na comunidade de sua disciplina acadêmica, os alunos devem aprender a moeda comunicativa desta comunidade: as normas, padrões, procedimentos e formas linguísticas que constituem o discurso acadêmico. No entanto, é raro que as expectativas e exigências de uma disciplina sejam abertamente discutidas ou ensinadas. Dessa forma, os alunos muitas vezes não sabem que qualidades seus instrutores estão procurando em sua escrita, e, como tal, não têm confiança em sua capacidade de escrever neste contexto.
Para participar com sucesso em uma comunidade, é preciso aprender a se comunicar de uma maneira aprovada e aceita por esse grupo (Hyland, 2006). Definida de forma frouxa, uma comunidade é um grupo de pessoas conectadas em torno de valores comuns para um objetivo ou propósito comum que é comunicado entre seus membros. Uma comunidade de discurso então é um grupo social envolvido no discurso pertencente a esse grupo.
O artigo aborda uma pesquisa que examina um programa de escrita em inglês, que aborda explicitamente as expectativas disciplinares para a escrita acadêmica, um aspecto da alfabetização acadêmica, ao mesmo tempo em que almeja aumentar as habilidades específicas que os alunos precisam possuir para obter êxito com a escrita acadêmica. Na pesquisa realizada, os alunos foram questionados se tal programa e abordagem poderiam afetar mudanças na socialização dos alunos nas áreas de conhecimento e sua autoconfiança em relação à escrita acadêmica. Uma comparação das respostas dos alunos antes e depois do curso sugeriu potencialmente que: após os cursos do programa, os alunos tornaram-se significativamente mais confiantes em sua compreensão do que constitui a escrita acadêmica, bem como em discutir a sua escrita. Os alunos que concluíram trabalhos de reflexão e de escrita focados em habilidades também se consideraram como escritores significativamente mais experientes e competentes após a conclusão do curso.
Senti muita dificuldade quando comecei a graduação...
Foi um choque de realidade. O que poderia ser feito para amenizar esse choque? Quais estratégias poderiam ser utilizadas para que o aluno se sentisse mais confortável? O que acham?

Acredito que a postura dos professores é essencial neste aspecto, alguns professores da graduação dão aula como se estivessem em uma sala de pós-graduação. Compreensão e paciência são fundamentais nesse primeiro contato dos graduandos com os ensinamentos acadêmicos.

Eu acredito que é de fundamental importância os professores realizarem o processo de escrita-correção-escrita, num processo que tanto o docente quanto o discente participe. O que vejo, e vivenciei em minhas disciplinas da graduação, é que os professores passam os trabalhos acadêmicos, corrigem e dão uma nota e por fim... lançam a nota no diário. E onde entra a parte que o aluno será oportunizado a perceber seus erros e reescrever o texto conforme as observações do profissional? São exemplos como esses que nos frustam, e passam-nos a sensação de que não correspondemos às expectativas da comunidade acadêmica.

Concordo com a Ingrid e com o Tályson. Acrescento à reflexão o aspecto da auto-eficácia de Bandura, citado no texto de Pajares, que demonstrou que a confiança reflete na capacidade de escrita, sendo fator importante para o desenvolvimento das habilidades necessárias para se escrever em qualquer contexto. Bandura atestou que a ansiedade e a expectativa criada em torno do que o professor espera do aluno influencia na produção deste. O que vemos, muitas vezes, na academia, é que alguns professores exigem do aluno uma habilidade que ainda não foi construída, penalizando-o com notas baixas sem muitas vezes atentar ao fato de que todo aquele universo é novo para o aluno. Também acho que a academia deveria ter uma disciplina introdutória de produção de gêneros acadêmicos, de forma a introduzir o aluno nas práticas de escrita e "sensibilizar" alguns professores para a falta de experiência dos alunos.

Para mim, teria ajudado muito se, na época, a disciplina de metodologia de trabalho acadêmia estivesse na grade do curso de Letras (e fosse ofertada!). Saí da graduação somente com experiência de ter elaborado planos de aula e foi relatórios de estágio. Só! Outro ponto é o que o Talyson expôs, produzir uma trabalho acadêmico para uma nota ser lançado no diário não é produtivo para o enriquecimento do aluno como produtos de textos acadêmicos.